segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Entrevista: Armando Pordeus.



A Equipe Sport Recife Notice entrevisou Armando Pordeus, fundador do Blog Sport de Botão. Ele conversou com a gente sobre a situação do Futebol de Mesa nos país, como o Futebol de Botão chegou a ele, entre outras coisas. Confira a entrevista:


Nome: Armando Manoel Gomes Pordeus.
Profissão: Representante Comercial.
Naturalidade: Guarabira (PB).
Hobby: Futebol de Campo e Futebol de Mesa.
Frase: “O futebol de mesa não é mais um lazer, mas sim uma causa” (Geraldo Cardoso Décourt).
Time do coração: Sport Club do Recife

ENTREVISTA


1. Como o Futebol de Mesa chegou até você?
Em 1981, através de uma reportagem da revista PLACAR, anunciando o Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa de 1982.
2. Pode nos contar sua história no Futebol de Mesa?

O início foi como o de toda criança daquela época. Brincávamos de jogar pião, bola de gude e botão. Lembro que desenhávamos, com giz ou carvão, um campo de futebol na calçada da nossa casa. Os jogadores podiam ser de botões de paletó ou tampinhas de garrafa de refrigerante e a bola era “fabricada” com miolo de pão. Já adolescente, conheci os times de botão de plástico, com a carinha dos jogadores ao centro, e o campo Estrelão, que eram vendidos nas lojas de brinquedos. Daí vieram os botões de chifre e de vidro de avião, que eram adquiridos na Rua da Palma ou na Casa de Detenção (Casa da Cultura). Jogávamos na Regra “LEVA LEVA”.
A partir de 1981, tudo mudou. Ao manter contato com os responsáveis pela organização do Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa de 1982, passei a conhecer um mundo até então desconhecido. Regras oficiais, botões padronizados, tipos de bolas, campos, infra-estrutura, etc; tudo muito parecido com o futebol de campo profissional. Fiquei deslumbrado!
De 1982 até 1989, fiz parte do quadro diretivo da AABB-Recife e colaborei para a fundação do Departamento de Futebol de Mesa do Clube, existente até hoje. Como a AABB nos deu toda a infra-estrutura, tornou-se mais fácil para eu angariar novos adeptos e, de repente, éramos um clube grande no cenário nacional. Participamos de diversas competições: Campeonatos Brasileiros, Copas Norte/Nordeste, Campeonatos Estaduais, dentre tantos outros. Da nossa raiz nasceram o Clube dos Correios e a AABB-Caruaru.
Em 1985, fui eleito Presidente da União dos Clubes Confederados do Nordeste e Vice-Presidente Regional da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, cargos que exerci até 1989.
Parei de jogar no período de Nov/1989 a Abr/2009, pois, por motivos profissionais, fui transferido para o interior do Rio Grande do Norte e lá não tinha tempo disponível para a prática do botonismo.
Desde maio, venho tentando retornar ao convívio, após quase vinte anos de ausência, e tenho recebido muito carinho dos amigos Abiud Gomes (Assoc. Pernambucana), Armando Filho (AABB-Recife), José Edson (AABB-Caruaru) e Carlos Alberto Almeida (Federação Pernambucana).
3. Temos visto que o Futebol de Mesa vem crescendo ultimamente, você acredita que o esporte deixou de ser considerado um lazer ou brincadeira e passou a ser profissional?

Não. Acredito, apenas, que hoje existem regras oficiais a serem praticadas, além de levarmos a modalidade como realmente ela é, um Esporte; e como todo Esporte, exige responsabilidade e disciplina. O lazer e a diversão continuam, prova disso é a de que quem joga botão não para mais.
4. Como você vê a situação do esporte no país?

Vejo com muita preocupação, visto que a prática do futebol de mesa nos moldes oficiais é muito cara em termos financeiros (campo: R$ 300,00; botões: R$ 150,00; bolas: R$ 10,00), o que está se tornando um esporte para ricos. Vejo, também, que com o advento da Internet e a criação de jogos (vídeos games, Playstations, etc), o jovem não demonstra interesse, não só pelo futebol de mesa, mas para todo o esporte que não o leve à mídia. Se as pessoas que comandam o futebol de mesa no país (Confederações, Federações, Associações, Ligas, Clubes, etc) não mudarem a maneira de agir, o Futebol de Mesa estará fadado a virar uma lembrança para os mais velhos.
5. Quando teve a idéia da criação do blog sobre o esporte e qual seu objetivo?

Tendo em vista a minha preocupação com o futuro do futebol de mesa, o esporte da minha vida, tive a idéia de construir o Blog Sport de Botão (http://www.sportdebotao.blogspot.com/) com o objetivo de levar uma mensagem aos jovens de que ainda podemos brincar de maneira sadia e barata, independentemente de classe social; e para os mais velhos, a mensagem de que devemos rever o momento, pois, na minha opinião, não podemos esperar por novos adeptos, mas sim levarmos o futebol de mesa até eles (Escolas, Associações Comunitárias, etc).
6. Qual a mensagem que você deixaria para os leitores do Sport Recife Notice?

Em primeiro lugar, quero agradecer a vocês pela importância dada ao futebol de mesa e pela ampla divulgação que teremos, tendo em conta que o Sport Recife Notice é visto, diariamente, por centenas de internautas. A mensagem que vou deixar para todos os amantes do botonismo é: “O futebol de mesa afasta os jovens e adolescentes da violência e das drogas; faz o jovem interagir mais socialmente e, está provado, melhora no âmbito escolar”.

Armando Pordeus, 54 anos, com mais de 40 anos de botonismo.

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