A Equipe Sport Recife Notice entrevisou Armando Pordeus, fundador do Blog Sport de Botão. Ele conversou com a gente sobre a situação do Futebol de Mesa nos país, como o Futebol de Botão chegou a ele, entre outras coisas. Confira a entrevista:
Nome: Armando Manoel Gomes Pordeus.
Profissão: Representante Comercial.
Naturalidade: Guarabira (PB).
Hobby: Futebol de Campo e Futebol de Mesa.
Frase: “O futebol de mesa não é mais um lazer, mas sim uma causa” (Geraldo Cardoso Décourt).
Time do coração: Sport Club do Recife
ENTREVISTA
1. Como o Futebol de Mesa chegou até você?
Em 1981, através de uma reportagem da revista PLACAR, anunciando o Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa de 1982.
2. Pode nos contar sua história no Futebol de Mesa?
O início foi como o de toda criança daquela época. Brincávamos de jogar pião, bola de gude e botão. Lembro que desenhávamos, com giz ou carvão, um campo de futebol na calçada da nossa casa. Os jogadores podiam ser de botões de paletó ou tampinhas de garrafa de refrigerante e a bola era “fabricada” com miolo de pão. Já adolescente, conheci os times de botão de plástico, com a carinha dos jogadores ao centro, e o campo Estrelão, que eram vendidos nas lojas de brinquedos. Daí vieram os botões de chifre e de vidro de avião, que eram adquiridos na Rua da Palma ou na Casa de Detenção (Casa da Cultura). Jogávamos na Regra “LEVA LEVA”.
A partir de 1981, tudo mudou. Ao manter contato com os responsáveis pela organização do Campeonato Brasileiro de Futebol de Mesa de 1982, passei a conhecer um mundo até então desconhecido. Regras oficiais, botões padronizados, tipos de bolas, campos, infra-estrutura, etc; tudo muito parecido com o futebol de campo profissional. Fiquei deslumbrado!
De 1982 até 1989, fiz parte do quadro diretivo da AABB-Recife e colaborei para a fundação do Departamento de Futebol de Mesa do Clube, existente até hoje. Como a AABB nos deu toda a infra-estrutura, tornou-se mais fácil para eu angariar novos adeptos e, de repente, éramos um clube grande no cenário nacional. Participamos de diversas competições: Campeonatos Brasileiros, Copas Norte/Nordeste, Campeonatos Estaduais, dentre tantos outros. Da nossa raiz nasceram o Clube dos Correios e a AABB-Caruaru.
Em 1985, fui eleito Presidente da União dos Clubes Confederados do Nordeste e Vice-Presidente Regional da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, cargos que exerci até 1989.
Parei de jogar no período de Nov/1989 a Abr/2009, pois, por motivos profissionais, fui transferido para o interior do Rio Grande do Norte e lá não tinha tempo disponível para a prática do botonismo.
Parei de jogar no período de Nov/1989 a Abr/2009, pois, por motivos profissionais, fui transferido para o interior do Rio Grande do Norte e lá não tinha tempo disponível para a prática do botonismo.
Desde maio, venho tentando retornar ao convívio, após quase vinte anos de ausência, e tenho recebido muito carinho dos amigos Abiud Gomes (Assoc. Pernambucana), Armando Filho (AABB-Recife), José Edson (AABB-Caruaru) e Carlos Alberto Almeida (Federação Pernambucana).
3. Temos visto que o Futebol de Mesa vem crescendo ultimamente, você acredita que o esporte deixou de ser considerado um lazer ou brincadeira e passou a ser profissional?
Não. Acredito, apenas, que hoje existem regras oficiais a serem praticadas, além de levarmos a modalidade como realmente ela é, um Esporte; e como todo Esporte, exige responsabilidade e disciplina. O lazer e a diversão continuam, prova disso é a de que quem joga botão não para mais.
4. Como você vê a situação do esporte no país?
Vejo com muita preocupação, visto que a prática do futebol de mesa nos moldes oficiais é muito cara em termos financeiros (campo: R$ 300,00; botões: R$ 150,00; bolas: R$ 10,00), o que está se tornando um esporte para ricos. Vejo, também, que com o advento da Internet e a criação de jogos (vídeos games, Playstations, etc), o jovem não demonstra interesse, não só pelo futebol de mesa, mas para todo o esporte que não o leve à mídia. Se as pessoas que comandam o futebol de mesa no país (Confederações, Federações, Associações, Ligas, Clubes, etc) não mudarem a maneira de agir, o Futebol de Mesa estará fadado a virar uma lembrança para os mais velhos.
5. Quando teve a idéia da criação do blog sobre o esporte e qual seu objetivo?
Tendo em vista a minha preocupação com o futuro do futebol de mesa, o esporte da minha vida, tive a idéia de construir o Blog Sport de Botão (http://www.sportdebotao.blogspot.com/) com o objetivo de levar uma mensagem aos jovens de que ainda podemos brincar de maneira sadia e barata, independentemente de classe social; e para os mais velhos, a mensagem de que devemos rever o momento, pois, na minha opinião, não podemos esperar por novos adeptos, mas sim levarmos o futebol de mesa até eles (Escolas, Associações Comunitárias, etc).
6. Qual a mensagem que você deixaria para os leitores do Sport Recife Notice?
Em primeiro lugar, quero agradecer a vocês pela importância dada ao futebol de mesa e pela ampla divulgação que teremos, tendo em conta que o Sport Recife Notice é visto, diariamente, por centenas de internautas. A mensagem que vou deixar para todos os amantes do botonismo é: “O futebol de mesa afasta os jovens e adolescentes da violência e das drogas; faz o jovem interagir mais socialmente e, está provado, melhora no âmbito escolar”.
Armando Pordeus, 54 anos, com mais de 40 anos de botonismo.
Armando Pordeus, 54 anos, com mais de 40 anos de botonismo.
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